quinta-feira, 15 de março de 2018

VIOLÊNCIA: DOCUMENTO COM PROPOSTAS SERÁ ENTREGUE À SEGUP


Toré Lima: "A violência cresce no Pará: a nossa tacha de homicídios é maior que as de São paulo e Rio de Janeiro. Padre Bruno: "Vivemos em uma sociedade doente". Um documento sobre o tema será apresentado à Segup

Sob o comando do vereador Toré Lima (PRB), representantes da Arquidiocese de Belém, de comunidades católicas e da Secretaria de Segurança Pública, participaram, nesta quinta feira (15/03), na Câmara Municipal de Belém, de sessão especial que discutiu o tema da Campanha da Fraternidade de 2018.

Coordenada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Campanha da Fraternidade tem como tema “Fraternidade e superação da violência” e o lema "Em Cristo somos todos irmãos" (Mt 23,8). O tema está diretamente associado à onda de violência e criminalidade  que assola o país de Norte a Sul.

Ao se pronunciar durante a sessão, o vereador Toré Lima afirmou que a Igreja Católica foi muito feliz em escolher esse tema, porque a violência hoje amedronta a população de todo o país, mas muito especialmente os paraenses.

“Belém é a terceira cidade mais violenta do Brasil, a décima no mundo e vem numa crescente, o que é mais preocupante ainda. Nós chamamos o debate para que a gente possa, junto com a Igreja, buscar propostas de solução para esse grave problema, já que o governo do Estado não faz isso e insiste em se manter na sua zona de conforto”, declara.

Fazendo uso de informações sistematizadas pelo Fórum Brasileiro de Segurança Público (FBSP), o vereador demonstrou que o que se vê no Pará é consequência da falta de políticas públicas que contenham o avanço da violência no Pará

“Para se ter uma ideia, no Rio de Janeiro e em São Paulo, os índices de violência diminuíram no período de 2005 a 2015. No Rio de Janeiro, a redução foi de 39% e, em São Paulo, de 32%, enquanto no Pará cresceu 91%", afirmou Toré Lima.

Segundo ele, a taxa de homicídios no no Rio de Janeiro, no mesmo período, foi de 31 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes, "enquanto aqui no Pará essa mesma taxa foi de 72 homicídios, com tendência de crescimento, o que é um absurdo", disse. "Mas o nosso governo achar isso normal”, desabafou o vereador.

"Sociedade doente" - Para o padre Bruno Secchi, representante da Arquidiocese de Belém, a sociedade brasileira está "doente", e essa é uma doença que precisa de tratada com urgente. 

“Todos esses aspectos da violência tem como base uma sociedade doente. Precisamos curar essa doença, e isso se faz promovendo e fortalecendo uma cultura de paz, de entendimento, uma cultura de diálogo entre as pessoas e, principalmente, uma cultura que possa garantir os direitos básicos da dignidade do ser humano”, declara o padre.

Delegada Sílvia Rego e
vereador Toré Lima
Exército de reserva - Representando a Secretaria de Estado de Segurança Pública no evento, a delegada Silvia Rego também destacou a importância do tema da Campanha da Fraternidade deste ano. Sílvia Rego é diretora de Prevenção à Criminalidade e Violência da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup).

A delegada afirmou que entende a criminalidade como um fator social e, como tal, deve ser tratada como responsabilidade de toda a sociedade, não só do poder público.

"Essa campanha é fundamental para que todos possamos pensar o quanto é essencial um trabalho conjunto. Em se tratando de segurança pública, só prender não vai diminuir a criminalidade, pois a sociedade produz um exército de reserva formado por jovens que são capturados pelo crime organizado", afirmou.

A delegada Sílvia Rego afirmou ser importante, sim, combater o crime pela repressão, mas não apenas isso. "É preciso combatê-lo no início, na origem. Por que esses jovens estarem entrando tão cedo na criminalidade. Onde estão suas famílias?", perguntou.

"São muitos os problemas que dão origem à violência, como o abandono emocional, o abuso sexual e várias outras violações. Se não cuidamos da criança, do pré-adolescente, quando ele crescer não vai colher rosas. Essa é uma reflexão importante que deve ser feita por toda a sociedade”, completou a delegada.

Líderes comunitários e de organizações católicas também se manifestaram, reclamando das consequências que a violência causa no meio familiar e nas comunidade. Mas também apresentaram resultados positivos dos trabalhos desenvolvidos pelas comunidades católicas. Foi o que relataram Erick Santos, da paróquia de São Francisco Xavier, e Nonato Bomba, líder comunitário do Jardim Nova Vida, no bairro Águas Lindas.

Reunião - Por telefone, o titular da Segup, Luiz Fernandes Rocha, explicou ao vereador Toré Lima: está participando de reunião do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. E adiantou a disposição de receber representantes da Arquidiocese de Belém para conversar sobre o tema da Campanha da Fraternidade e receber propostas que ajudem na luta pela redução da violência no Pará. A data da reunião será marcada após o retorno de Luiz Fernandes Rocha a Belém e comunicada ao vereador Toré Lima, que mediará o encontro.

A ata da sessão solene de hoje será encaminhada pela Câmara Municipal de Belém às autoridades integrantes do Sistema de Segurança Pública do Pará e à Arquidiocese de Belém e outras organizações ligadas à luta por segurança pública de qualidade à sociedade e à população paraense.

segunda-feira, 12 de março de 2018

CÂMARA MUNICIPAL VAI DEBATER TEMA DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE

Belém foi, em 2017, a décima cidade mais violenta do mundo, entre aquelas com mais de 300 mil habitantes, com o registro de 1.743 assassinatos, na frente de Rio de Janeiro e São Paulo

A Câmara Municipal de Belém (CMB) vai realizar, na próxima quinta-feira (15/03), sessão especial para debater o tema Campanha da Fraternidade deste ano, “Fraternidade e superação da violência”. A sessão acontecerá a partir das 9h da manhã. A iniciativa é do vereador Toré Lima.

A Campanha da Fraternidade de 2018 foi lançada oficialmente pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na manhã do dia 17 de fevereiro, no Ginásio Poliesportivo Municipal de Marituba.

"A escolha do tema da Campanha da Fraternidade deste ano está diretamente associada aos níveis assustadores que alcançou a violência em todo o País. Belém e sua região metropolitana contribuem enormemente para esses escandalosos níveis, o que torna os seus cidadãos vítimas diretas do descontrole a que chegou esse grave problema", afirmou Toré Lima, ao justificar sua iniciativa.


Belém foi, em 2017, a décima cidade mais violenta do mundo, entre aquelas com mais de 300 mil habitantes. No ano passado, Belém registrou 1.743 assassinatos, o representa uma taxa de 71,38 mortes para cada 100 mil habitantes. O levantamento é da organização civil mexicana Segurança, Justiça e Paz.


Entre as cinquenta cidades mais violentas do mundo, 17 são brasileiras, entre elas Natal (RN), Fortaleza (CE), Vitória da Conquista (BA), Maceió (AL), Aracaju (SE), Feira de Santana (BA), Recife (PE), Salvador (BA), João Pessoa (PB), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Macapá (AP), Campos de Goycatazes (RJ), Campina Grande (PB), Teresina (PI) e Vitória (ES), além de Belém. Todas apresentaram números de assassinatos superiores aos de Rio de Janeiro e São Paulo. 

Para a sessão, a Câmara Municipal emitiu convites ao arcebispo metropolitano de Belém, dom Alberto Taveira, e o vigário geral da Arquidiocese de Belém e coordenador geral da Campanha da Fraternidade, monsenhor Raimundo Possidônio Carrera da Mata. Também foram convidados o secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Pará, Luis Fernandes Rocha, o delegado geral da Polícia Civil do Pará, Rilmar Firmino de Souza, o comandante geral da Polícia Militar do Pará, coronel Hilton Celson Benigno de Souza, além de representantes da Assembleia Legislativa do Estado do Pará, da Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Pará e da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SPDDH).